RESUMO: Durante o processo de impeachment da Presidenta Dilma Roussef, em 2016, veículos independentes de comunicação e grande parcela da intelectualidade brasileira e de outros países denunciaram a manobra como um golpe de estado executado pelo Parlamento, com apoio da grande mídia e do Poder Judiciário. O objetivo seria atender aos interesses da burguesia nacional, articulada com o projeto geopolítico dos EUA. Michel Temer assumiu o poder e imediatamente pôs em prática o projeto econômico neoliberal derrotado nas urnas. Sob a alegação de uma inevitável necessidade técnica, substituiu o modelo econômico neodesenvolvimentista, com forte presença do Estado, que caracterizou os governos anteriores de esquerda. O objetivo deste artigo é refletir criticamente sobre essa mudança radical de política econômica na perspectiva do pensamento de Thomas S. Kuhn. Nossa hipótese é que não se trata de uma necessidade técnica, como tenta nos fazer crer a grande mídia copartícipe do...
Em tempos de governos autoritários e regimes políticos de exceção, os quais não são novidade em terras Tupiniquins, arte e artistas, sempre foram elementos de resistência, verdadeiras fortalezas contra o arbítrio dos usurpadores do poder. Procuraremos, a partir de textos de dois filósofos brasileiros: Benedito Nunes (1989, p. 90-98) e Marcelo Mari (2012, p. 423-431), refletir sobre a relação entre arte e política no Brasil dos anos ‘60 e ’70, período inserido, portanto, na fase mais violenta do Golpe Militar de 1964. Evidentemente tais reflexões poderão ser aplicadas em outros contextos sociais e recortes históricos. Benedito Nunes, a partir das teorias do historiador e filósofo positivista francês Hyppolite Taine e do filósofo alemão Karl Marx, analisa a influência do meio físico e social sobre a produção artística. Para Taine, “o meio físico determina a diversidade racial, as diferenças de raça determinam certos traços físicos e psíquicos que refletem nos sentimentos dos indiví...